3 de fevereiro de 2020
Wrap Up Semanal
Brasil
Ministério da Economia propõe que imóveis possam ser usados como garantia
O plano econômico atual, que busca estimular empréstimos bancários, e os tornar mais acessíveis, passará também a facilitar o acesso ao permitir que imóveis sejam usados como garantia de qualquer tipo de crédito.
A proposta do Ministério da Economia é que seja criada uma central de garantias imobiliárias. Essa teria a responsabilidade de passar a informação aos bancos de qual é o valor dos respectivos ativos que poderiam ser usados em contrapartida em um empréstimo. Enquanto isso, a gestão das garantias seria feita por empresas privadas.
O acesso ao crédito será facilitado, e bens imóveis poderão ser aproveitados em mais de uma linha, para fomentar o mercado. Estimativas sugerem que existe um mercado de R$ 500 bilhões no país, do qual apenas aproximadamente 2% é já existente.
Atualmente, por exemplo, um indivíduo que financie a compra de um imóvel, não consegue atrelar o ativo a nenhuma outra linha de empréstimo, até a quitação da compra, mesmo que o imóvel tenha seu valor aumentado. Com isso, o ponto da medida é fazer com que seja disponibilizado o crédito conforme o valor da garantia realmente disponível.
Ministério da Economia será responsável pelo PPI
Essa semana o presidente Jair Bolsonaro confirmou a passagem da pasta do Programa de Parcerias de Investimentos para o Ministério da Economia. Anteriormente, era a Casa Civil que tinha tal posto.
O PPI é responsável por assuntos como privatizações e concessões, sendo antecipadamente esperada a passagem para a o Ministério da Economia. O motivo de ela ter estado com a Casa Civil até atualmente, era visto como um arranjo político, dado ao ministro da casa, Onyx.
Foi gerada uma preocupação com o cunho político que a Casa Civil poderia dar à pasta, e conflitos entre a mesma e o Ministério começaram logo no início, com o comando da pasta dividido. Na prática, essa divisão começou a travar os projetos de privatizações e concessões.
A transição ocorreu também após recentes notícias de integrantes da Casa Civil, sobre o uso indevido de aeronaves e recursos governamentais. Entre os presentes no jato da FAB, estava a secretária especial Martha Seiller.
Em meio aos escândalos acontecendo e agravando a crise da Casa Civil, cresce a suspeita de que o titular da pasta, Onyx Lorenzoni, não ficará muito mais tempo na posição.
Déficit primário de 2019 é puxado por alta na capitalização de estatais
O ano de 2019 terminou com um rombo acima do esperado nas contas públicas, ultrapassando em R$ 10 bilhões a expectativa inicial do Tesouro Nacional. O déficit fechou em R$ 95 bilhões, e de acordo com o secretário do Tesouro, foi porque capitalizações que estavam planejadas para ocorrer em 2020 foram antecipadas para 2019. Apenas em dezembro, o repasse do governo para as estatais foi de R$ 9,6 bilhões.
Quando questionado sobre a pasta de dezembro, o secretário Mansueto Almeida disse que as decisões sobre as alocações orçamentárias são “de fruto político”, e que não cabe ao Tesouro questioná-las.
Entre os repasses de 2019, um deles foi um adiantamento para a Emgepron, no valor de R$ 7,6 bilhões. Outros incluem os recursos enviados à grandes empresas como a Infraero e a Telebras, de R$ 1,5 bilhão e R$ 1 bilhão, respectivamente.
Históricamente, foi o menor rombo desde 2014, mesmo com o orçamento do governo não sendo suficiente durante o sexto ano seguido, terminando negativo nas contas. No ano passado, mesmo com o superávit do Banco Central e do Tesouro Nacional de R$ 118 bilhões, o déficit perdurou por conta da conta da Previdência Social, principalmente, negativa em R$ 213 bilhões.
Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, em um bom cenário, o Brasil começará a registrar superávit em 2022.
Internacional
Coronavírus é definido como emergência global
A Organização Mundial da Saúde declarou a epidemia como emergência de saúde pública de interesse global. O vírus que tem seu epicentro em Wuhan, na China está se dispersando rapidamente. Cerca de 7,5 mil casos novos de infecção foram confirmados na última semana, o número de mortos também segue a crescente. Apesar da China alegar capacidade em controlar a doença, a OMS decidiu declarar emergência global pela alta capacidade de contaminação do vírus, que pode afetar gravemente países com sistemas de saúde mais precários.
Apesar do estado de emergência, a Organização não propõe impactar os negócios. Junto com a declaração, a OMS também afirmou que não é necessário evitar ou desacelerar o ritmo comercial, nem mesmo tráfego de pessoas e bens. Porém, países como o Brasil já sentiram os efeitos do vírus na economia. Na última semana, a bolsa de valores chegou a fechar em queda de 3%.
Reino Unido finalmente realiza o Brexit
Após 4 anos de discussões, a Inglaterra finalmente realizou a saída da União Europeia. O parlamento acatou com a decisão do premiê e a Rainha aprovou a saída do bloco. Para um país que sempre teve suas desavenças com o bloco econômico, se deligar da UE é vista como um sucesso.
Apesar disso, a relação do país como bloco ainda não terminou. Mesmo não possuindo laços tão fortes, a Inglaterra ainda precisa definir como o as relações comerciais com os outros países serão realizadas.
Trump exila brasileiros ilegais para o México
O presidente americano Donald Trump, mantém postura rígida com a política imigratória. O país foi incluído na lista do MPP (Protocolo de Proteção a Imigração), a partir de então o país receberá tratamento diferente quanto aos imigrantes ilegais. Agora, todos os imigrantes serão despachados para o México, onde irão ser julgados quanto sua entrada; se aprovada, o brasileiro vai aos EUA, caso não, volta para o país.
A medida demonstra que os EUA não estão abertos a acordos bilaterais de imigração. Enquanto que no Brasil os americanos têm livre entrada, como decidido no início de 2019, nos EUA, as políticas imigratórias se tornam cada vez mais limitantes.
Principais índices financeiros
Bolsa
Afetado pelas incertezas do coronavírus que se espalhou pelo mundo nesta semana, o principal índice da bolsa de valores brasileira fechou a sexta-feira aos 113.760 pontos, o que significou queda de 3,99% no período. Notou-se um movimento dos investidores recorrendo a ativos de maior segurança, devido a preocupação com as consequências que podem ser causadas pelo vírus.
Também por conta do coronavírus, os mercados da China permaneceram fechados durante toda a semana. Portanto, existe preocupação de que todo o impacto sofrido nas bolsas mundiais seja sentido de apenas uma vez na bolsa de Xangai na reabertura dos pregões no início da próxima semana.
Entre os destaques do noticiário corporativo aqui no Brasil está a BR Distribuidora (BRDT3), que anunciou receber R$ 37,4 milhões da empresa estatal Eletrobrás, referente a uma dívida que a empresa e algumas de suas subsidiárias têm com a companhia. Além disso, a Oi (OIBR4), informou a mercado que irá vender um imóvel localizado no Rio de Janeiro avaliado em R$ 120,5 milhões.
Dólar
O dólar fechou a sexta-feira cotado a R$ 4,28, o que representou ganhos de 2,42% na semana para a moeda americana e a máxima histórica. No mês de janeiro, a moeda valorizou 6,86% frente ao real, que por sua vez registrou o pior desempenho entre as economias emergentes do mundo, atrás apenas da moeda sul-africana.
A alta do dólar frente ao real tem sido a. tribuída por analistas a busca por ativos mais seguros devido a disseminação do coronavírus pelo mundo. Além disso, existem algumas especulações em relação a intervenções do Banco Central a fim de controlar a alta do dólar, porém, não se espera que a autoridade monetária do país atue no mercado de câmbio.
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