16 de abril de 2018

Wrap Up Semanal

Brasil

Vendas no varejo caem

O mês de fevereiro trouxe um surpresa negativa para economistas: as vendas no varejo recuaram. A notícia mostra que a atividade econômica perdeu fôlego do inicio de 2018 para cá. De acordo com o publicado no jornal Valor Econômico as vendas no varejo restrito recuaram 0,2% em fevereiro, no entanto, já na comparação anual, as vendas avançaram 1,3%. Os dados para varejo ampliado (que inclui automóveis e materiais de construção) houve avanço de 5,2% comparado ao mesmo mês do ano passado.

Os segmentos mais sensíveis a crédito tiveram crescimento, entre eles móveis e eletrodomésticos, 1,5%, e veículos, 2,5%. Segundo economistas, o avanço dos setores mais dependentes de crédito demonstra uma maior confiança do consumidor e melhora nas condições do crédito, o que é positivo, assim como está em linha com a política expansionista com os cortes na taxa de juros.

Fundos Imobiliários têm se valorizado

Conforme já adiantado algumas vezes pela Blackbird, o mercado de fundos imobiliários vive uma onda de valorização. No mês de fevereiro os portfólios chegaram ao maior volume mensal já negociado na bolsa de valores, superando R$1 bilhão.

A valorização destes ativos está diretamente relacionada à queda na taxa de juros. Com os cortes subsequentes na taxa Selic, o consumo de bens imóveis tende a aumentar.

Segundo gestores, ainda que os cortes na taxa de juros estejam chegando ao fim de seu ciclo, a retomada do setor imobiliário irá suportar avanços na valorização dos ativos. Para o diretor da CSHG, o potencial de ganho de capital com cotas dos fundos deve superar o retorno através de dividendos, renda isenta de IR, pago pelos fundos imobiliários.

Internacional

Trump ordena ataques a Síria em condenação a armas químicas

Donald Trump, o presidente dos EUA, ordenou na última sexta feira, dia 13, ataques em resposta ao uso de armas químicas na Síria, ocorrido entre a noite de sábado e domingo (7 e 8).

O ataque ocorreu contra civis que estavam na cidade de Duma, que vem sendo alvo do governo por concentrar opositores perto da capital, Damasco. No mesmo dia, o regime de Bashar al-Assad negou a autoria do ataque.

Na noite desta sexta feira, dia 13, os EUA, a França e e o Reino Unido uniram forças para uma ofensiva aérea a zonas próximas a locais de produção de armas químicas. O sistema sírio de defesa reagiu, impedindo 13 mísseis no subúrbio de Damasco.

O presidente russo, Vladimir Putin, solicitou uma reunião de emergência com o Conselho de Segurança da ONU, pois alegou que o ataque “agrava a catástrofe humanitária”. A Russia já havia criticado duramente a ação dos EUA, pois acredita que o ataque se deu em um momento que a Síria caminhava para a paz.

China tem déficit comercial em março

Com a queda das exportações e alta de importações devido a uma grande demanda doméstica, a China apresentou pela primeira vez em 13 meses deficit em sua balança comercial. Isto representou um resultado de US$ 4,98 bilhões em março, ante um superavit no mês anterior de US$ 33, 7 bilhões. O último déficit mensal havia sido registrado em 2017. O resultado provavelmente foi o fator gerador para as decisões do presidente Donald Trump.

Em recente reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio), projetou-se um crescimento de 4,4% no comércio mundial, porém sem contemplar as recentes restrições impostas pelos EUA. Segundo a Organização, a iminente guerra comercial entre China e EUA pode afetar esta perspectiva atual de crescimento, uma vez que abala a confiança das empresas e suas decisões sobre novos investimentos.

Principais índices financeiros

Bolsa

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou a semana em queda de 0,57%, fechando a sexta-feira (13) em 84.334 pontos.

Em uma semana onde os resultados do varejo desapontaram, queda no varejo restrito de 0,2% ante uma expectativa de avanço em mais de 1%, o mercado passa a questionar-se se as apostas por uma recuperação econômica não foram mais agressivas do que os dados presentes indicam.

No momento em que o cenário político continua “turvo”, o mercado segue avesso ao risco enquanto não há delineação sobre as diretrizes dos candidatos à presidência.

Dólar

O Real mostrou o segundo pior desempenho ante as principais moedas de países emergentes. O indicador revela que os fatores locais influenciam de forma significativa a precificação da moeda brasileira, justificando o desempenho pior que seus pares emergentes.

O dólar fechou a sexta-feira (13) cotado a R$3,4272, esse é o patamar mais alto desde dezembro de 2016.

Analistas buscam compreender os principais vetores que justificam a desvalorização do Real, porém o diferencial de juros, ante o dólar e outros emergentes, continua a ser a única explicação plausível, segundo o Morgan Stanley. A instituição financeira aponta que o Banco Central do Brasil deve realizar dois cortes adicionais na taxa de juros local, ambos de 0,25 p.p. Em tal cenário, o prêmio de risco em carregar a moeda brasileira torna-se mais enxuto.

 

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