8 de junho de 2020

Wrap Up Semanal

Brasil

Bolsonaro veta repasse de R$ 8,6 bilhões, Estados pedem queda do veto

Após mais uma semana intensa na política e economia brasileira, novas medidas e programas foram apresentados no intuito de minimizar os efeitos causados pelo coronavírus. No entanto, o projeto de repasse de verba aos Estados, fortemente discutido, foi vetado por Bolsonaro na quarta-feira.

O presidente aprovou a finalização do fundo administrado pelo Banco Central, que era formado por reservas monetárias, para realocação dos recursos. Inicialmente, o recurso seria usado em totalidade para pagar parte da dívida pública federal, conforme decisão tomada pelo Congresso.

O veto feito foi em relação ao ponto que abrangia o repasse total de tais recursos, para os Estados e Municípios, a pedido do Ministério da Economia e pela AGU (Advocacia Geral da União). O argumento do presidente foi que ao Congresso decidir alterar o destino final do recurso, estariam desrespeitando a política de teto de gastos. Isso porque, tal teto veta a criação de novas despesas ao Poder Executivo que não tenham o demonstrativo de impacto orçamentário e financeiro, tanto atual, quanto dos próximos dois anos.

Na sexta-feira, o Comsefaz (o Comitê Nacional de Secretários da Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados) enviou à Rodrigo Maia (Presidente da Câmara dos Deputados) e à Davi Alcolumbre (presidente do Senado) um pedido para derrubar o veto. O repasse de R$ 8,6 bilhões deveria ser destinado diretamente para os estados e municípios para compra de equipamentos e materiais para combate ao coronavírus, e Rodrigo Maia afirmou ter visto uma reação de surpresa entre os parlamentares com o anúncio do novo veto, pois o acordo havia sido feito em maio, entre o Congresso e o Executivo.

A questão posta pelos parlamentares que discordaram do veto é de que o recurso é mais necessário no momento para ajudar diretamente na melhoria dos serviços para a população durante a pandemia, do que para diminuir a dívida pública federal.

BNDES vai oferecer empréstimo para grandes empresas pagarem seus fornecedores

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou na última sexta-feira que irá oferecer uma linha de crédito de R$ 2 bilhões para os fornecedores de grandes empresas que estão passando por dificuldades devido aos impactos do coronavírus.

O responsável pela captação deste empréstimo junto ao BNDES será a grande empresa, que assim terá recursos para repassar aos seus fornecedores. É necessário que a empresa tenha um faturamento superior a R$ 300 milhões por ano e o limite de crédito será de R$ 10 milhões a R$ 200 milhões.

O prazo para amortização do valor será de 60 meses e essa nova linha terá uma carência de 24 meses. Ela será válida para todos os setores econômicos que possuem empresas com grande variedade de produtos, conhecidas como empresas “âncoras” e que possuam uma cadeia produtiva vinculada

Gasto com auxílio emergencial pode chegar em R$ 203 bilhões após prorrogação

O presidente Jair Bolsonaro, anunciou o acerto da quarta e da quinta parcela do auxílio emergencial com sua equipe econômica. Essas novas parcelas seriam em valores inferiores aos R$ 600 das três primeiras parcelas.

O secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues disse na última sexta-feira em entrevista coletiva virtual, que o valor da extensão do benefício ainda está sendo discutido pelo governo. Essa extensão seria paga aos trabalhadores informais, autônomos e desempregados.

A previsão de despesa com as três primeiras parcelas é de R$ 151 bilhões, e apesar de Bolsonaro ainda não ter feito um anúncio oficial, é dado como certo um valor somado de pelo menos R$ 600 por auxílio emergencial com as duas últimas parcelas. Com isso, a soma do programa todo ficaria acima dos R$ 200 bilhões.

Internacional

Joe Biden pode ser novo candidato dos Democratas

O ex vice-presidente americano, coletou o mínimo de votos necessário para concorrer à presidência. Apesar de ser o único no partido a buscar a eleição, Biden ainda não possuía o número mínimo para ser selecionado.

A prévia das eleições na ilha de Guam levou à consolidação do candidato. A base militar replica o cenário a ser encontrado na convenção democrata, qual será realizada em agosto. Na previsão, Biden conseguiu cerca de 1.9922 votos, o que garante a vaga como candidato do partido democrata, enfrentando Donald Trump, que busca a reeleição.

Biden vem ganhando muita popularidade com os americanos. A última onda de protestos nos EUA vem mudando o quadro de preferência do eleitorado americano. A morte de George Floyd e a união dos americanos contra o racismo aumentam a incerteza quanto ao cenário de reeleição de Donald Trump.

Fórum de Davos buscará discutir conceitos da nova realidade

O “Fórum das Elites” irá mudar um pouco o espectro de suas discussões. Anteriormente focado em globalização e a quarta revolução industrial, o fórum deixou de olhar para desigualdades e problemas sociais mais densos, segundo o CEO do evento, Klaus Schwab.

A ideia do Fórum de Davos será buscar um pacto pela justiça social. Criado em 1971 com o objetivo de discutir práticas de gestão global, o Fórum agora terá sua primeira rede de conexões online. Além disso a reunião de 2021 terá foco em problemas sociais de diversos países para que o “progresso da sociedade não fique para trás do desenvolvimento econômico”, segundo Schwab.

 

Principais índices financeiros


Bolsa

A semana foi de otimismo para o Ibovespa, que encerrou os 5 pregões registrando altas. Na sexta-feira, o pregão encerrou aos 94.637 pontos, 8,28% a maior que o número da semana anterior, esta foi a melhor semana do índice desde abril. O ânimo dos investidores veio da reabertura econômica gradual em alguns países no exterior e alívio político aqui no Brasil, depois da distribuição de emendar parlamentares pelo Presidente da República e recuo no conflito entre STF e Executivo. Também foram divulgados dados do mercado de trabalho americano mais otimistas que o esperado pelo mercado, que contribuiu para a alta das bolsas ao redor do mundo, uma vez que a expectativa pela recuperação em V da economia passa a ser mais próximo da realidade.

Dentro do noticiário corporativo, a BR Malls (BRML3), divulgou seu balanço financeiro referente ao primeiro trimestre desse ano registrando lucro líquido de R$ 130 milhões, o que significou queda de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior, empresa também anunciou que espera voltar a total abertura de seus shoppings até julho. Além da BR Malls, a Centauro (CNTO3) fixou o preço de sua ação no follow-on em R$ 30,00, o capital adquirido nesta nova oferta será destinado ao pagamento da compra da operação brasileira da Nike.

 

Dólar

O dólar comercial fechou a semana abaixo do patamar de R$ 5,00, sendo que os últimos 5 dias úteis registraram a maior baixa semanal da moeda desde o início do ano. A moeda norte-americana encerrou a sexta-feira cotada a R$4,99, registrando queda de 6,44% em relação ao real. Tais dados, refletem o maior apetite a risco dos investidores, a reabertura das economias, assim como os dados de trabalho nos EUA também impulsionaram o cenário de dólar mais enfraquecido no mundo todo.

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