30 de março de 2020
Wrap Up Semanal
Brasil
Projeções para futuro da economia do Brasil pioram entre os bancos
Nessa semana começaram a ser divulgados os novos relatórios com as previsões para o crescimento brasileiro de 2020. Entre as instituições financeiras que publicaram, como Itaú, Goldman Sachs, Citi e JP Morgan, todas diminuiram sua expectativa de avanço do PIB.
As revisões começaram depois que o coronavírus começou a se espalhar e tomar maiores dimensões, afetando não só a economia externa, como a interna. E como motivo de piora também, é exposta a fragilidade da economia brasileira e o momento pelo qual estava passando, o que acaba por fazer com que sofra mais com o impacto do vírus.
Para 2020, as previsões do Goldman Sachs foram para um recuo de 3,4%; para o Citi um recuo de 1,7%; para o Itaú BBA um recuo de 0,7%.
Ao mesmo tempo, as instituições aumentaram a perspectiva do crescimento de 2021, ficando em até 5,5% de alta para o Itaú BBA.
As medidas na tentativa de contenção do vírus e dos impactos continuam a serem tomadas, porém cada vez mais será possível perceber o real impacto no desempenho das atividades. Alguns posicionamentos de tais instituições afirmam que o governo deveria tomar medidas de maior magnitude, ampliando seu escopo e alcance.
Para inflação e SELIC, as estimativas variam, porem é vista uma tendência de queda maior, e que a inflação feche o ano abaixo da meta.
Banco Central anuncia linha de crédito para pequenas e médias empresas
O Banco Central aprovou no final desta semana, uma nova medida para tentar conter os impactos negativos do coronavírus na economia. Ao longo da semana, foram anunciadas diversas outras ações partindo do BC para controlar a desaceleração, tanto para trabalhadores formais, informais e empresas.
Uma nova linha de crédito para pequenas e médias empresas, isso é, com faturamento anual de R$ 360 mil a R$ 10 milhões, foi anunciada pelo presidente do BC. O programa consta em crédito para financiamento da folha de pagamento de tais empresas, prevendo uma duração de dois meses, com custo mensal de R$ 20 bilhões. Nesses dois meses, a empresa não poderá demitir os funcionários que forem beneficiados com a medida.
O plano visa diminuir o custo que as empresas enfrentariam com a folha de pagamento no período de quarentena e desaceleração principalmente, liberando até um teto de dois salários mínimos por empregado. O custo para tais empresas, será de 3,75% ao ano (taxa Selic), enquanto elas usualmente se deparam com custos de acima de 20% ao ano. A medida deve começar a funcionar nas próximas duas semanas.
A ação ocorrerá de forma coordenada entre o Tesouro Nacional, o BNDES, alguns bancos privados e o Banco Central. O Tesouro abrirá o subsídio e o BNDES usará tais recursos, repassando para o banco privado que possui as linhas de crédito junto às empresas. O papel do Banco Central é de supervisão e controle da medida.
Renda básica de auxílio tem aumento, Câmara aprova acréscimo de R$ 400 sobre original
Na última semana, uma medida que ajudava trabalhadores informais com um auxílio de R$ 200 mensais foi anunciada e aprovada pela equipe econômica do país. O relatório contendo tal medida foi alterado, com um acréscimo de R$ 400 mensais por pessoa beneficiada, totalizando R$ 600. Foi aprovada juntamente, uma medida que libera R$ 1,2 mil mensais para mães chefes de famíia. Os beneficiados por tal medida, são os trabalhadores informais e pessoas com deficiência na espera pelo BPC.
Publicamente, o aumento foi visto também com olhos de mais desentendimentos nos poderes brasileiros, entre o Executivo e o Congresso. Tal disputa já tem se mostrado em algumas outras situações, sobre qual lado dá a palavra final sobre decisões políticas e econômicas.
O aumento foi dado a partir de uma roda de negociações, passando para R$ 300, R$ 500 e finalmente, R$ 600 mensais. Paulo Guedes, o responsável pela equipe econômica, havia publicado na semana passada na proposta do governo o valor mais baixo inicial. No entanto, ao sofrer pressão de líderes partidários, subiu para R$ 500. Uma fala do presidente Bolsonaro nessa semana, fez com que aumentassem para R$ 600.
O presidente Jair Bolsonaro também comentou em discursos que o governo está discutindo a proposta de aumentar os benefícios do Bolsa Família, em um bônus extra de R$ 100 por mês, enquanto durar a epidemia do coronavírus.
Internacional
Olimpíadas canceladas, líderes infectados e parceria entre rivais econômicos na devido ao coronavírus
A progressão da doença que vem impactando o mundo não desacelera. O COVID-19 continua a se alastrar pelo mundo e seu impacto econômico, dessa vez as Olímpiadas foram afetadas. Toquio 2020 (nome do evento olímpico que ocorreria no Japão em julho) será adiado para 2021, a decisão aprovada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) é uma medida de segurança, em primeira instância, mas também uma forma de permitir que os atletas joguem em sua melhor performance.
O maior impacto internacional do vírus foi causado pela infecção de dois líderes britânicos. Boris Johnson e Charles, príncipe da Inglaterra foram confirmados com o COVID-19; ambos seguirão isolados e por ora apresentam sintomas leves da doença.
De outro lado, EUA e China veem compartilhando esforços para conter a doença. O país de Donald Trump se tornou o primeiro em número de casos no mundo, contendo até o momento 86 mil casos. Enquanto isso, a China segue o caminho contrário, reduzindo cada vez mais a ocorrência do coronavírus no país. Apesar de enfrentarem conflitos, principalmente quanto ao vírus, os países decidiram, após uma conversa, colaborarem para combater a doença juntos.
EUA aprova pacote de US$ 2,2 trilhões para conter impactos do COVID-19
Donald Trump, presidente dos EUA, sancionou a lei que aprova incentivos de cerca de 2,2 trilhões de dólares para auxílio econômico contra o avanço do conoravirus. O estímulo é o maior já visto na história americana.
A renda será destinada a pagamentos diretos a família, aumento da abrangência do seguro desemprego e auxílio a empresas que sofrerão, ou já sofrem, com os impactos da quarentena.
Na semana passada, cerca de 3,3 milhões de americanos entraram com pedido de seguro desemprego.
Principais índices financeiros
Bolsa
O Ibovespa encerrou a semana aos 73.428 pontos, o que, apesar de representar queda de 5,51% na sexta-feira, no acumulado do período registrou valorização de 9,49%. Esta foi a melhor semana para o índice desde março de 2016.
Tal valorização foi resultado do otimismo do mercado nos últimos dias, devido ao anúncio de medidas por parte de governo e bancos centrais ao redor do mundo a fim de conter os impactos negativos do coronavírus durante os próximos meses.
Os papéis das companhias mais afetadas pelas quedas recentes foram o que mais tiveram pressão compradora na última semana. Um exemplo é a companhia de viagens CVC (CVCB3) e também algumas empresas do varejo como Magazine Luiza (MGLU3).
Dólar
O dólar americano terminou a sexta-feira cotado a R$ 5,10, registrando 1,58% de valorização frente ao real no acumulado da semana.
O movimento de alta do dólar que temos acompanhado nas últimas semanas sinaliza o forte movimento de busca por proteção nestes momentos de elevada volatilidade dos mercados.
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