Copom faz novo corte na Selic e ela chega em 3%

O Comitê de Política Monetária (Copom) fez mais um corte na Selic na última quarta-feira, sendo esse o segundo durante a pandemia e chegando assim ao sétimo corte seguido. A redução foi de 0,75% e fez com que a taxa chegasse à 3%, o menor patamar desde 1999.

Apesar de já haver um consenso do mercado sobre este corte, a redução foi considerada agressiva e surpreendeu muitos analistas e investidores, que em sua maioria tinham a expectativa de um corte de 0,5%.

As principais causas que enfraqueceram a economia e fizeram o corte ser realizado foram o aumento do número de casos de coronavírus no Brasil, que agravou bastante desde o último corte na Selic e o isolamento social para conter a doença.

A próxima reunião de política monetária será realizada em junho, e a leitura é de que a Copom deverá realizar mais um corte na taxa básica de juros da economia no Brasil.

Dória prorroga quarentena no estado de São Paulo até 31 de maio

Nesta sexta-feira, o governador do estado de São Paulo, João Dória, fez um novo anúncio sobre a necessidade do isolamento social durante a pandemia. A quarentena seria válida até o dia 10 de maio, mas Dória prorrogou novamente por mais três semanas, para o último dia de maio.

Segundo o governo, a velocidade de contaminação no estado é avaliada para determinar o adiamento ou o término do período de quarentena. São Paulo é o epicentro do coronavírus no Brasil e Dória prorrogou novamente para tentar conter o avanço do vírus na cidade mais populosa do país. Desde 24 de março o público conta apenas com serviços essenciais.

Dória também disse que nenhum país do mundo conseguiu relaxar suas medidas de isolamento no combate ao vírus e que os principais indicadores para esse relaxamento são a redução do número de novos casos por 14 dias em sequência e uma taxa de ocupação de leitos de UTI inferior a 60%. O número de novos casos vem aumentando todos os dias e a taxa de ocupação dos leitos é de 89,6% atualmente.

Apesar de muitos setores do mercado pressionarem o governo para a retomada das atividades econômicas, os crescentes números relacionados a pandemia

mostram que não estamos em um momento de avanço nos indicadores citados, e será necessária uma mudança significativa para não ser novamente prorrogado o período de quarentena.

IPCA atinge menor nível histórico desde 1998

Essa semana foi a anunciado o IPCA final do mês de abril, altamente antecipado pois retrata ainda quais estão sendo, e qual a intensidade dos efeitos que o coronavírus está tendo sobre a economia. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que mede a inflação oficial da economia, apresentou uma queda de 0,31% em abril. O mesmo índice, ainda em março, apresentou alta de 0,07%.

Já com a estimativa de deflação para o mês, afetado fortemente pelo Lockdown durante o período inteiro, o número reforçou ainda que os impactos estão sendo ainda maiores dos que o esperado. A faixa de estimativa ficava entre decréscimo piso de 0,47% e queda mínima de 0,13%. O mês, apresentou maior queda histórica desde agosto de 1998.

O centro da meta da inflação está atualmente em 4%, com a faixa piso chegando a 2,5%. Mesmo assim, o IPCA acumulado dos últimos 12 meses ficou abaixo do piso da meta, resultando em uma inflação de 2,4% no período.

O índice reflete principalmente os efeitos que a quarentena e o Lockdown estão tendo sobre a economia real. Uma das poucas categorias de alta do mês foi a de alimentos e bebidas. O padrão de consumo da população aumentou em supermercados, e diminuiu em restaurantes e bares. Sendo uma categoria básica, o IPCA da mesma foi de uma alta de 1,79% em abril apenas, seguido de uma alta de 1,13% em março. Especificamente na seção de carnes, a inflação continuou negativa depois do grande aumento de consumo e de demanda de carne na China em dezembro. Tal número segue diminuindo mês após mês.

Pela parte de Serviços, o ponto que fez com que o IPCA inflasse foi o de passagens aéreas, aumentando 15,10% em abril. A conta, no entanto, é referente à compra de passagens de dois meses antes, no caso, fevereiro. A categoria de serviços como um todo apresentou inflação de 0,25%.

Dentre o mix de produtos de serviço, poucas categorias apresentaram alta no mês, o que vai em linha com o menor consumo geral da sociedade devido ao Lockdown. Das categorias que mais chamam atenção em relação à queda, estão entre eles: transporte por aplicativo, aluguel de veículos, hospedagem, cabeleireiros e costureiras; todos serviços interrompidos ou fortemente diminuídos devido ao confinamento.