27 de janeiro de 2020

Wrap Up Semanal

Brasil

Proposta de Guedes para “impostos do pecado” é rejeitada por Bolsonaro

No fórum Econômico Mundial, que ocorreu essa semana em Davos, o ministro da Economia Paulo Guedes trouxe à tona a possibilidade de criar um chamado “imposto do pecado”. Ele recairia sobre cigarros, bebidas alcóolicas e alimentos com alto teor de açúcar.

Segundo Guedes, o imposto havia sido pensado já considerando todos os efeitos extras que são gerados pelo consumo de produtos maléficos à saúde. A arrecadação federal seria maior, mas abriria espaço para disputas legislativas e judiciais.

Bolsonaro quando questionado, ao descer em Nova Delhi, negou o pedido de imediato. O ocorrido fez também com que a mídia se agitasse, principalmente após as recentes notícias sobre desavenças entre o ministro da Economia Paulo Guedes, o ministro da Justiça Sérgio Moro, e o presidente Jair Bolsonaro.

Regra de cálculo do salário mínimo sofrerá mudanças

Até o final do ano de 2019, o governo havia decidido que o reajuste sobre o salário mínimo seria de 4,1% para 2020. Após o fechamento do índice de inflação em Dezembro, resultado que foi divulgado acima do esperado para o mês, o INPC teve que ser recalculado.

O INPC é o índice de referência para correção do salário mínimo, e o mesmo foi alterado devido à alta inflacionária pelo mercado de carnes no último mês do ano. Com tal surpresa, o piso salarial teve que ser reajustado.

A nova taxa, de 4,48%, fez com que o valor subisse para R$ 1.045. Uma nova proposta será ainda enviada ao Congresso, para que não ocorra novamente o reajuste tardio. Para o próximo ano, caso seja aprovado, o novo cálculo seria já adotado no projeto orçamentário.

Na sexta-feira (24/01), o presidente Jair Bolsonaro foi à mídia para expor que a decisão final seria dele, e que ainda passaria pela proposta.

Davos sinaliza um retorno de confiança no Brasil, mas teme polarização política

Essa semana ocorreu o fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Os investidores presentes, que compõem uma elite global, demonstraram perceber sinais de recuperação do Brasil, economicamente.

Os maiores motivadores para tal, foram as aprovações e andamentos das reformas, tanto da previdênciaria, quanto a tributária, que ainda está por ser decidida, e também os recorrentes cortes na taxa de juros com o intuito de aquecer a economia.

Por outro lado, os maiores investidores demonstraram preocupação com o cenário e sua fragilidade, devido à crescente polarização política que o país vem enfrentando, e também por índices ruins em pautas relacionadas ao Meio Ambiente.

Os comentários a respeito do cenário político, foram muitas vezes colocados anonimamente, mas reforçavam a ideia de que no contexto brasileiro, o governo ainda tem um papel de decisão muito forte. Outra rodada de investidores, defendendo a retomada na confiança na economia brasileira, afirmou que seus investimentos no país não sofriam devido à

instabilidades políticas, e que o Brasil possui já grande parte das ferramentas, e que o caminho está trilhado para crescer gradualmente.

 

Internacional

Bolívia se distancia de Morales e EUA se aproxima

Após a renúncia de Evo Moráles, o país está se reaproximando da potência. A presidente interina, Jeanine Añez, está atraindo o gigante americano para o país, trazendo um embaixador americano; algo que não acontece há cerca de 11 anos. Añez quer normalizar a relação entre os países, por isso, também enviou um embaixador boliviano à Washington.

O plano de ações bolivianos está cada vez mais distante da estratégia de Moráles. A imagem da atual presidente interina aparenta incomodar líderes de países apoiadores do ex-presidente, que renunciou. Um exemplo é Cuba, que repudia a legitimidade de Añez. A consequência desta declaração, escrita pelo chanceler cubano, bruno Rodríguez, foi o fim das relações diplomáticas entre os países

Protestos na França chegam a ponto de fechar empresa

Os franceses protestam contra a Reforma na Previdência do país. A reforma proposta por Emmanuel Macron teria as mudanças estruturais já vista por franceses desde a Segunda Guerra Mundial e, segundo o presidente, a reforma irá tornar o sistema previdenciário mais igualitária e simples para o funcionalismo público.

Porém, a população trabalhadora em apoio aos sindicatos é totalmente contra a reforma. Diversos protestos já foram realizados na França; cada vez mais violentos. Desta vez, os trabalhadores fecharam a Grand’Maison, a maior hidrelétrica do país. Além disto, a energia do maior mercado atacadista do país foi encerrada.

Principais índices financeiros


Bolsa

A semana foi marcada por mais um recorde no principal índice da bolsa de valores brasileira. O Ibovespa ultrapassou a marca de 119 mil pontos na quinta-feira. Porém, no último dia da semana, notou-se um movimento de realização de lucros, onde os investidores venderam suas posições para embolsar ganhos das consecutivas altas, o que pressionou o preço dos papéis para baixo, devido ao aumento da oferta. Tal movimento apagou as altas dos dias anteriores e fez com que a bolsa recuasse 0,1% no acumulado da semana. Além disso, cautela global em relação ao surto do coronavírus na China também foi indicada como responsável pela queda nos papéis na sexta-feira. Ao final do dia, o Ibovespa encerrou a sessão aos 118.376 pontos.

Entre os principais destaques da semana está a Minerva (BEEF3), que precificou o follow-on das suas ações. O preço comunicado, de R$ 13,00, representou um desconto de aproximadamente 8% na cotação dos papéis da empresa durante a semana. Segundo os controladores da companhia, o dinheiro captado na nova emissão será utilizado para pagar dívidas e reduzir alavancagem.

Petrobras (PETRO4) e Vale (VALE3) também tiveram resultados negativos no último pregão da semana, impactados pelos efeitos que o mercado prevê na economia chinesa decorrente do coronavírus.

Dólar

Esta foi a quarta semana consecutiva de ganhos para a moeda americana. O dólar comercial registrou variação de 0,5%, cotado a R$ 4,18 no fim da sexta-feira.

Em fala, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deixou claro que o movimento atual de desvalorização do real é diferente do visto no passado, e que não pretende, pelo menos no curto prazo, atuar para impedir uma desvalorização mais acentuada da moeda brasileira.

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