9 de março de 2020

Wrap Up Semanal

Brasil

Maior queda dos preços do petróleo fazem bolsas ao redor do mundo desabarem

Durante o final de semana o mercado comercial de petróleo sofreu por grandes tensões. A Arábia Saudita reduziu o valor de venda do barril de petróleo iniciando uma guerra de preços. Com esta decisão de um dos principais players do mercado do óleo, os preços de contratos caíram cerca de 20% ao redor do mundo nesta segunda feira..

O preço do petróleo Brent chegou a recuar 31%, algo que não ocorria desde a Guerra do Golfo em 1991. A decisão da Arábia Saudita vem na esteira do fracasso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre o tamanho da produção da commodity.

O efeito no mercado financeiro foi de grande impacto em todas as bolsas, o índice London FTSE-100, da bolsa de Londres, caiu 6,62%; o Frankfurt Dax, na Alemanha, 6,83%,  em Paris, 6,92%, e o principal índice de ações em Madrid chegou a cair 7,15%, segundo dados da Bloomberg. Em Milão, o FTSE MIB caía 10,27%.

A expectativa é que a bolsa opere próximo aos -10% neste pregão. O dólar comercial, principal ativo visado para hedge, tem alta de aproximadamente 2.5% nesta manhã chegando a cotação de R$ 4,78

Possibilidade de mais um corte na taxa Selic ganha força

Depois dos resultados apresentados neste último mês e do impacto que o coronavírus está tendo nos mercados globais, cada vez mais fica provável um novo corte na taxa Selic, o que não era previsto.

Com o crescimento interno menor do que o estimado, a inflação seguindo baixa, e os mercados globais desaquecendo, a possibilidade de um novo corte ficou mais evidente, mesmo que negada anteriormente pelo governo.

O mercado está já projetando um corte de 0,5% no mês de março ainda, mesmo com as opiniões divididas a respeito da real efetividade da medida. Algumas gestoras já consideram que o corte deveria ser antecipado, principalmente devido ao fraco crescimento externo instável pelo coronavírus.
O economista-chefe de Brasil do Bank of America, David Beker, disse que prevê também um corte de 0,5 p.p. em março, assim como outros cortes para caminhar em direção de uma Selic a 3,50% no final do ano.

Crescimento da economia brasileira em 2019 é divulgado, expansão fica em 1,1%

Foi divulgado esta semana o crescimento do PIB do quarto trimestre de 2019, e consequentemente o acumulado do ano. No último período, houve uma expansão de 0,5% em comparação com o trimestre anterior, deixando o acumulado do ano em 1,1%.

É o terceiro ano seguido, no qual o PIB cresce por volta de 1%. Comparado ao ano de menor crescimento histórico brasileiro para o quarto trimestre, que foi 2016, o crescimento apresenta alta de 5,4% acima.

Do lado da oferta, a indústria brasileira cresceu 0,2% no último trimestre, acumulando uma expansão de 0,5% no ano. O número é o mesmo do ano anterior, 2018. Enquanto isso, o setor agropecuário teve um avanço de 1,3% no ano.

Do lado da demanda, o consumo das famílias brasileiras é o mais relevante. Houve um crescimento de 0,5% no quatro trimestre, com o acumulado do ano ficando em 1,8%. A demanda do governo, no entanto, apresentou no final de 2019 uma queda acumulada de 0,4%.

Por último, em relação às exportações e importações, que tiveram uma queda de 2,5% e uma alta de 1,1%, respectivamente.

 

De todos os recursos do Bolsa Família, 3% é encaminhado para o Nordeste

Existem atualmente 3,6 milhões de famílias no país no cadastro único sem acesso ao Bolsa Família. Dentre a totalidade, 36% delas está no Nordeste, e 26% delas vive na faixa de extrema pobreza.

Em janeiro, apenas 3% dos benefícios do programa foram destinados ao nordeste, segundo um levantamento feito essa semana pelo Ministério da Cidadania. Ao passo que 9 estados receberam uma totalidade de 3.025 recursos, Santa Catarina recebeu o dobro.

A região Sudeste recebeu no final 45,8% dos benefícios, passando para a região Sul com 29,3%, Norte com 6,8% e o Centro Oeste com 15%.

Políticos e a população começaram a demonstrar insatisfação com o modo no qual a distribuição de recursos é feita, mas o Ministério da Cidadania não divulgou ainda resposta em relação ao motivo do descasamento de demanda e benefícios enviados ao Nordeste. Ainda, o Ministério afirmou que 6,7 milhões de famílias nordestinas foram beneficiadas com um total de R$ 13,2 milhões.

No meio disso, há também um grande processo do governo de combate à fraude às informações que o Bolsa Família recebe, que influencia na concessão do benefício, e é esperado ainda uma volta de R$ 5,8 milhões aos cofres da União.

 

Internacional

Como a economia mundial está sendo afetada pelo coronavírus.

 

Após o terceiro mês da existência do vírus originado em 2020 e sem existência de uma vacina, as economias seguem sendo afetadas. As expectativas de produção estão em baixa; China, EUA e o globo como um todo tem a expectativa de crescimento reduzida. Segundo um relatório da OMS, a expectativa de crescimento feita em Novembro de 2019 deve sofrer com uma redução de 0,5%, ou seja, de 2,9% para 2,4%. O setor de consumo também está sendo afetado, na China, por exemplo o setor automobilístico sofreu queda de 92% nas vendas das primeiras semanas de fevereiro. As bolsas mundiais também sofrem com desvalorização.

Diversos países estão criando estratégias para se proteger do vírus e também recuperar a economia. A principal ação que está sendo tomada é a restrição de viagens; a Itália, um dos principais focos do Coronavírus está buscando limitar a expansão da doença. Em uma zona de quarentena apenas algumas atividades comerciais podem ser realizadas entre 06h e 18h00, desde que as pessoas fiquem a 1 metro de distância, além disso, sanções a viagens e quarentena forçada também estão em vigência.

Já, nos Estados Unidos a taxa de juros foi uma das medidas escolhidas para a retomada economica. O FED escolheu cortar a taxa de juros para uma faixa entre 1,0% e 1,25%. A ideia é aumentar o número de empresas tomando crédito, como forma de aquecer a economia e aumentar o crescimento do país.

 

Joe Biden vence na Super Terça e pode tomar o lugar de Sanders como candidato

 

Após o evento que reúne os eleitores de 14 Estados americanos, o favorito a ser escolhido foi Biden. O ex-vice-presidente americano superou o senador Bernie Sanders. Biden começou a corrida eleitoral com uma baixa arrecadação para campanha e resultados fracos, porém, após a Super Terça terminou com vitória em cerca de 9 Estados.

O motivo da vitória foi uma coalizão entre os democratas. O partido decidiu que as divisões internas no partido estavam favorecendo a supremacia de Sanders, que venceu em Iowa, New Hampshire e Nevada. Por isso, decidiram se unir em prol de um candidato que pudesse representar o partido e vencer Trump, no caso, Joe Biden. A coalizão permitiu que Biden vencesse em importantes estados-pendulo, como Virgínia e Carolina do Norte, além de conseguir o “cinturão negro” que representa a preferência do eleitorado negro americano.

Principais índices financeiros


Bolsa

Mais uma vez, a semana foi de fortes quedas para a bolsa de valores brasileira. O Ibovespa terminou a sexta-feira aos 97.997 pontos, o que significou queda de 8,09% do índice na semana. O principal driver das baixas das bolsas, não só no Brasil, como em outros países ao redor do mundo é o aumento do número de casos de Coronavírus e a incerteza em relação ao impacto econômico que as paralisações ocasionadas pela doença podem causar.

Destaque para as ações da Petrobras (PETR4; PETR3), que tiveram forte queda na semana. O preço do petróleo no exterior despencou 9,4% depois do desacordo entre OPEP e Russia sobre a decisão de realizar cortes na produção da commodity como resposta à diminuição da demanda com os efeitos do coronavírus.

Dólar

O dólar comercial registrou mais uma semana de alta, cotado a R$ 4,63 no final da sexta-feira, 3,42% mais caro na comparação com a cotação da semana anterior.

A semana também foi marcada pelo recorde na cotação da moeda americana, na quinta-feira o dólar chegou a R$ 4,66. O Banco Central segue realizando leilões de dólar por meio de swaps cambiais, a fim de controlar rápidas altas da moeda.

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