9 de abril de 2018
Wrap Up Semanal
Brasil
Prisão do Ex-presidente pode ser revertida
Na quinta-feira (5), o juiz federal, Sergio Moro, expediu mandado de prisão contra o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O mandado previa que Lula se apresentasse, voluntariamente, até às 17h do dia 06/04.
Após negociações com a Polícia Militar, Lula se apresentou à polícia apenas no sábado (7) e já cumpre pena. Apesar no atraso, o ex-presidente não foi considerado foragido, pois negociou o prazo para sua apresentação. A PF se declarou satisfeita com a operação que ocorreu sem confronto com militantes do PT.
Apesar de preso neste sábado, Lula terá seu destino novamente nas mãos dos ministros do STF nesta quarta-feira (11), quando será julgado um pedido do ministro, Marco Aurélio Mello, para que sejam impedidas as execuções de penas dadas em segunda instancia até que sejam julgadas as ADCs (Ações Diretas de Constitucionalidade) que tratam sobre o tema.
Caso a liminar seja deferida, Lula poderá ser beneficiado pela decisão indiretamente.
Comando da BRF continua indefinido
Na sexta-feira (6) os fundos de pensão Petros e Previ sentaram para negociar e por um fim à discussão sobre o comando da BRF. O esperado era que Abilio Diniz renunciasse à presidência e cedesse sua cadeira a Augusto Cruz. No entanto, o acordo não aconteceu.
Abilio se diz contrário a permanência do advogado, Francisco Petros, como vice-presidente do conselho. Petros foi indicado ao cargo pela Petros.
O desacordo entre Abilio e os fundos fizeram com que os papéis sofressem no pregão de sexta-feira, caindo 4,38%, fechando cotados a R$22,05.
Internacional
Trump ameaça taxar mais US$ 100 bi em importações chinesas
Na sexta feira, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que solicitou ao Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) que estudassem aumentar as taxas sobre os produtos importados chineses. Isto afetaria um total de 100 bilhões em produtos. As novas tarifas, porém, só poderão entrar em vigor depois que a audiência pública tenha seu processo completo.
Esse aumento de taxas vem em um momento delicado para a balança comercial americana. Na quinta feira, o Departamento de Comércio informou que o deficit comercial americano no primeiro bimestre foi de US$ 114,3 Bilhões, um aumento de 23% em relação ao primeiro bimestre de 2017. Tanto as importações quanto exportações tiveram crescimento significativo, mas as primeiras tiveram uma aceleração maior por conta da atividade aquecida no país, o que aumentou o consumo de produtos externos.
A preocupação de economistas é dos chamados déficits gêmeos (fiscal e comercial) quem vêm aumentando significativamente e pressionam tanto a divida pública quanto a exposição ao mercado externo, respectivamente.
Desemprego na Zona do Euro
A taxa de desemprego na zona do euro foi a menor dos últimos dez anos. Conforme a agência estatística Eurostat, este número foi de 8,5% em fevereiro. Considerando apenas a União Europeia, este número iniciou o ano, no mês de janeiro, em 7,2%, e um mês depois estava em 7,1%.
A agência estimou que este número corresponde a 13,916 milhões de desempregados na zona do euro, sendo a primeira leitura abaixo de 14 milhões desde 2009.
Principais índices financeiros
Bolsa
O Índice Bovespa encerrou a semana cotado em 84.820 pontos, queda de 0,64% na semana.
O cenário dos candidatos à presidência do país parece estar cada vez mais turvo após a filiação de Joaquim Barbosa junto ao PSB e a saída de Henrique Meirelles do Ministério da Fazenda. Apesar de decretada a prisão do ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, reduzindo ainda mais os efeitos do mesmo sobre o resultado das eleições presidenciais, o mercado mostra-se receoso quanto ao desfecho do posicionamento político quanto as questões estruturais econômicas do país.
Em um momento onde os indicadores econômicos de baixa inflação, menor patamar de taxa de juros e recuperação de atividade sinalizam retomada econômica, a cena política vem prevalecendo na precificação de ativos de risco. A saída de Paulo Pedrosa da secretaria do Ministério de Minas e Energia promoveu queda expressiva nas ações da Eletrobrás (-9,17% nas ONs e 8,17% nas PNBs) com a perda na força da luta pela privatização da companhia.
A indicação de continuidade de disposição do presidente americano Donald Trump em estabelecer guerra comercial com a China colaborou negativamente para o apetite do investidor estrangeiro em países emergentes. Trump, após retaliação chinesa quanto ao possível aumento tarifários sobre importações provenientes do país asiático, sugeriu que fosse aumentada para US$ 100 bilhões (US$ 50 bilhões anteriormente) a imposição de tarifas sobre produtos chineses.
Dólar
Entre as divisas de pior desempenho na semana, o Real fechou a semana com queda de aproximadamente 2% ante o Dólar, cotado a R$ 3,3669.
A visível tensão comercial entre Estados Unidos e China, comprometendo a previsibilidade de crescimento sincronizado global, foram protagonistas. O nível crescente de incertezas no cenários internacional colaboraram para menor apetite ao risco por parte de investidores e natural fuga de países emergentes.
Concomitante a cena global, as questões internas do Brasil acentuam a posição receosa dos players globais. O pleito eleitoral segue turvo, apesar do mercado já precificar a exclusão de Lula da corrida eleitoral. O centro-direita, preferido pelo mercado, segue sem força nas pesquisas de presidenciáveis e a possibilidade de um outsider são crescentes. A sensibilidade as notícias políticas tem incrementado. A principal observação de tal ponto deu-se após o Real cair com o discurso de Henrique Meirelles, presidenciável bem-visto pelo mercado, ressaltando que “a crise tira comida do prato dos mais pobres”. A interpretação “menos reformista” impactou a precificação da moeda brasileira.
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