5 de abril de 2020

Wrap Up Semanal

Brasil

Bolsonaro nomeia Ramagem como diretor-geral da PF, mas revoga após decisão do STF

O Presidente da República Jair Messias Bolsonaro nomeou o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem Rodrigues, para assumir o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. Na campanha eleitoral de 2018, Ramagem foi o chefe da equipe de segurança de Bolsonaro, e é um amigo de sua família.

Um dia após a decisão de Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal barrou a nomeação de Ramagem como diretor-geral da PF. Alexandre de Moraes suspendeu em decisão liminar, por entender que houve desvio de finalidade na nomeação.

Após a decisão do STF, Bolsonaro recuou e revogou a posse de Ramagem, mas acusou o magistrado de agir quase gerando uma crise institucional e dizendo que agiram politicamente nesta decisão. Ainda, Bolsonaro destacou a experiência profissional de Ramagem e defendeu para que o Supremo reveja a sua decisão de barrar essa nomeação.

IBGE divulga dados sobre o mercado de trabalho e coronavírus interfere negativamente

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira os dados sobre o mercado de trabalho. Os primeiros efeitos do coronavírus já foram notados nos números demonstrados.

Houve a primeira retração de trabalho na série histórica, mostrando que o total de trabalhadores empregados ou em busca de um emprego foi de 0,2% menor do que este mesmo período no ano anterior. Os setores mais afetados pelo coronavírus foram o comércio, o alojamento e alimentação, o setor de construção e o de serviços domésticos. O setor de serviços domésticos foi o mais afetado e houve uma diminuição de 2,2% na ocupação por atividade em relação ao mesmo período no ano anterior.

Os efeitos do coronavírus são notáveis na economia brasileira e em comparação a outros países, o Brasil tem a maior taxa de transmissão, que é de 2,81, ou seja, a cada 100 pessoas infectadas, elas infectam mais 281 pessoas. Além disso, o Brasil é um dos países que menos realiza testes para o coronavírus, estando atrás de Cuba e Chile. A importância do teste é fundamental, pois só assim é possível refletir a população como um todo e assim tomar as próximas decisões de como combater esse vírus. Ainda, o Brasil é o oitavo maior na taxa de mortalidade.

Abril sofre com pressão nas contas, e déficit deve ser maior do que o de 2019 inteiro

Com os cada vez mais reconhecidos impactos do coronavírus e seus desdobramentos sobre a economia, o déficit primário do governo brasileiro sofreu um rombo em abril, primeiro mês por completo no período de quarentena. O aumento considerável se dá por duas frentes, tanto pelo aumento das despesas atuais, quanto pela postergação de receita. O valor, como atualmente estimado pelo Secretário do Tesouro Nacional Mansueto Almeida, pode ultrapassar o déficit somado do ano de 2019 inteiro.

A previsão para o ano de 2020 já passa também do valor de um rombo de R$ 550 bilhões. Quando adicionadas as contas públicas dos Estados em si, dos Municípios e das empresas estatais (exceto Petrobras e Eletrobras), o valor passa de R$ 600 bilhões.

O esperado é que as contas ainda venham a sofrer no período de maio e junho, onde serão principalmente pressionadas pela postergação da arrecadação com impostos, abrindo uma lacuna de mais de R$ 100 bilhões. No entanto, Mansueto reforçou ao longo dessa semana a característica passageira desses valores, que não necessariamente passarão rápido, mas que foram trazidos diretamente e principalmente pelos gastos extraordinários de mais de R$ 250 bilhões por parte do governo.

O secretário, em pronunciamento feito essa semana, comentou brevemente também sobre alguns pontos como: a dívida e os empréstimos dados ao BNDES; um auxílio por perda de arrecadação para os estados; e estimativas e a importância da solvência das contas públicas, principalmente perante o elevado endividamento público atual.

 

Internacional

Pandemia está aumentando a influencia da China sobre o mundo

A politica nacionalista de Donald Trump está diminuindo a hegemonia internacional dos Estados Unidos. Segundo especialistas, este cenário de menor influencia internacional já vinha sendo desenvolvido com diversos posicionamentos do presidente americano, porém a pandemia está agravando a situação. Medidas como interceptação de produtos de saúde que seriam exportados para outros países e o fim da contribuição para a OMS entregam o cenário de que os EUA estão cada vez mais fechados.

Do outro lado, a China vem aumentando sua contribuição com o globo. Apesar de ser responsável pelo início da disseminação do vírus, a balança pesa positivamente para a China pelo constante apoio aos outros países. Além de ter controlado a pandemia “no quintal de casa”, o país liderado por Xi Jiping está aumentando doações de equipamentos e fundos para a OMS. Representando o acirramento da disputa acerca do posto de principal potência mundial.

Europa, Américas e seus momentos de combate á COVID-19

Um quadro perpendicular se apresenta em ambas as partes do globo. Enquanto de um lado vemos um cenário mais próximo do final da curva de contaminação, de outro vemos situações de certo preocupantes.

Na Europa, a vitória da COVID-19 se mostra cada vez mais clara. França e Espanha são as principais provas disso. Na Espanha, por exemplo, pessoas começam a sair das ruas e o

afrouxamento das medidas de quarentena vem representando um quadro nunca antes visto: a diminuição do número de infectados e mortos no mês. Na França, o cenário é muito parecido, a diminuição do número de óbitos.

Principais índices financeiros


Bolsa

Em semana mais curta por conta do feriado do Dia do Trabalhador na sexta-feira, a bolsa brasileira registrou três dias consecutivos de alta, porém encerrou a quinta-feira em queda de mais de 3%, acompanhando dia negativo no exterior. Tais números foram atribuídos à realização de lucros por aqui e a divulgação do PIB da Zona do Euro referente ao primeiro trimestre de 2020, que teve a maior queda da história desde que o bloco monetário foi fundado. No fechamento semanal, o Ibovespa teve alta de 6,87%, registrando 80.505 pontos ao final do pregão da quinta-feira.

O setor de bancos foi o mais afetado negativamente, após a divulgação do balanço financeiro do primeiro trimestre do Bradesco (BBDC3; BBDC4), que registrou queda no lucro líquido de 39,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior e resultados abaixo das expectativas do mercado.

Por outro lado, a Multiplan (MULT3), uma das maiores administradoras de shoppings do país, também divulgou seu balanço do primeiro trimestre de 2020 com números positivos. A companhia registrou R$ 177,7 milhões de lucro líquido, o que representou alta de 93% sobre o mesmo trimestre de 2019. Via Varejo (VVAR3) também foi um dos destaques positivos da semana, registrando forte alta dos papéis após o anúncio de maiores investimentos em suas operações online.

Dólar

O dólar comercial encerrou a semana cotado a R$ 5,43, fechando a quinta-feira com queda de 4% no acumulado do últimos quatro dias. No começo da semana, a moeda registrava certo alívio para o real, frente a alta constante, após o anúncio da permanência do ministro da economia Paulo Guedes no governo. Além disso, o Banco Central continuou a realizar intervenções cambiais. Ambos os fatos contribuíram para a cotação mais baixa da moeda

Já nas Américas, a situação é de maior alerta. Surtos surgindo e países falhando no controle da pandemia apresentam um cenário alarmante. Chile apresentou o maior número de infectados dentro de 24 horas desde março, contabilizando 985 casos em um dia. O mesmo ocorre nos Estados Unidos, onde Donald Trump se preocupa com uma crescente de casos quase vertical.

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