5 de abril de 2019

Vale a pena investir em imóveis?

Por Ruann Barbosa

Tempo de leitura: 9 minutos

Investir em imóveis foi por muito tempo a tática de muitos brasileiros. A segurança e a rentabilidade sempre foram tidas como certas. Hoje, porém, o cenário não é o mesmo que antigamente: O mercado brasileiro está com as taxas de juros mais baixas da história e, consequentemente, o setor imobiliário sofreu fortes alterações nas estratégias de investimentos.

Comprar terrenos, casas e pontos comerciais sempre foram excelentes formas de aplicar o patrimônio com segurança, o que levou a ser uma das principais e mais usadas estratégias dos brasileiros. Até pouco tempo contrariar esta ideia podia soar como absurdo.

As razões para tal eram compreensíveis: o Brasil viveu períodos de drásticas variações diárias da inflação – deixar o próprio capital exposto de tal modo era considerado arriscado e para se proteger, o brasileiro realizava seus investimentos adquirindo imóveis. Deste modo, o investidor tinha certeza de que não veria seus bens sendo confiscados ou desvalorizados por ações do governo.

Hoje, contudo, o panorama econômico não é mais o mesmo. As condições, bem como as principais estratégias de investimentos, também não são mais as mesmas. Atualmente a taxa de juros e a inflação encontram-se nos menores valores da história do país. De 2008 a 2012, o mercado imobiliário brasileiro mostrou-se bastante aquecido, com alto número de ofertas, valores e de financiamentos obtidos. Mas, será que esta é ainda uma boa opção para se investir?

Atualmente, observamos um comportamento contrário ao exposto acima: o mercado imobiliário encontra-se em processo de desaceleração, algo que vem ocorrendo há poucos anos, graças aos altos preços e à menor procura. Justamente por isso, o investimento hoje é possível desde que feito de maneira conservadora, caso sejam encontradas propriedades com preços bons e condições de pagamento favoráveis.

É necessário saber que o investimento em imóveis requer trabalho, que vai desde a pesquisa até o fechamento do negócio, passando pelas visitas e pelas confirmações de documentação e da situação dos imóveis. Após a aquisição do bem, é preciso regularizar o imóvel. Para isto, o adquirente necessita passar a propriedade para seu nome mediante alguns custos de manutenção.

Perante a tudo isso, qual seria o motivo para alguém investir em imóveis? Uma das maiores vantagens é a segurança, por representar um patrimônio físico o imóvel não pode ser roubado/confiscado, como é possível para outros tipos de investimento.

Outra vantagem, como vimos, é que, mesmo em tempos de crise, os imobilizados não se desvalorizam tanto quanto outros investimentos. Por isso, podem ser boas opções para quando o cenário de mercado for de crise ou de mal desempenho econômico. Imóveis também acompanham os valores de inflação, sendo reajustados a qualquer mudança de cenário.

Por um outro lado, há diversos pontos em que o investidor deve se atentar caso pense em adquirir imóveis.

O primeiro deles é referente ao investimento inicial: o custo da aquisição de terrenos ou de prédios é muito alto, principalmente se comparado a outras formas de aplicação. O valor é tanto que quase sempre as pessoas precisam financiar uma parte do valor do imóvel para adquiri-lo. Isso significa deixar uma parte dos lucros para pagar os custos do financiamento.

Outro fator que limita o investidor é o tempo e o dinheiro dedicado para manutenção do imóvel. Para potencializar ganhos com a locação ou venda do imóvel, é necessário investir em reformas ou adequações que valorizem o seu bem e, com isso, há um aumento nos custos.

Mais um fator que ocorre na venda do imóvel é que você terá que gastar para divulgá-lo. O que gerará, além de gasto com marketing e afins, trabalho com estratégias de venda e relacionamento de contatos. Caso você prefira utilizar uma imobiliária para intermediar a venda ou a locação ela ficará, normalmente, com o valor do primeiro mês de aluguel e com 10% das demais mensalidades.

Outra desvantagem é que se você tiver um imóvel avaliado em R$ 500 mil e precisar de apenas R$ 50 mil para suprir uma necessidade emergencial, não conseguirá vender uma parte do bem, diferentemente de outros tipos de investimentos. Se o seu caso for o cenário descrito você terá que liquidar toda a sua posição para ter o capital à sua disposição.

Por fim, uma das outras desvantagens em investir em imóveis é que em ciclos de alta de juros e crises econômicas, o valor do imóvel e dos aluguéis tendem a sofrer estagnação ou até desvalorização, por conta da baixa oferta. Ou seja, se você não quiser abrir mão de possíveis lucros, precisará carregar sua posição como proprietário, no caso, posição pouco útil, até que a economia volte a prosperar.

Portanto, investimentos em imóveis faz sentido para uma classe restrita de poupadores. São poucos que conseguem destinar o tempo, bem como o dinheiro necessário, para uma boa gestão imobiliária. Além disso, todo este trabalho pode ser reduzido e a rentabilidade aumentada investindo em fundos imobiliários. Contudo, não é possível eliminar a possibilidade de investir neste segmento. É necessário assim como todo e qualquer investimento, avaliar e ponderar corretamente se é de fato adequado ao seu portfólio e se será um negócio promissor. Para isso, conte com a Blackbird Investimentos.

 

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