24 de outubro de 2018
Vale a pena investir em COE?
Tempo de leitura: 6 minutos.
Por: Ruann Barbosa
Os COEs se tornaram o investimento do momento, os bancos e corretoras os emitem a todo vapor. Com uma proposta inovadora de ser um produto com a segurança da renda fixa e com a possibilidade da rentabilidade da renda variável, os COEs vem crescendo exponencialmente no Brasil. Mas, será que valem a pena? Você os conhece?
Regulamentada pela CVM em 2014 no Brasil, o Certificado de Operações Estruturadas, ou COE, é um tipo de investimento híbrido que mistura elementos da renda fixa e da renda variável. Nos Estados Unidos, é conhecido como Structured Notes.
Ao comprar um COE, o investidor está na verdade, comprando uma parte do capital em um título de renda fixa, e ao mesmo tempo, a outra parte é investida em um derivativo, atrelado a este mesmo título de renda fixa. Deste tipo de “estrutura” que decorre o nome do investimento em questão. A rentabilidade pode ser atrelada a algum índice, câmbio, inflação, ativo internacional e/ou ações. Na prática funciona desta forma:
Um banco emite o COE, com a mesma lógica que o CDB, porém para o investidor a realidade acaba sendo diferente. O COE para quem investe, é uma aposta que está atrelada à um ou mais índices financeiros escolhidos pelo o emissor.
O que ocorre, é que você investe numa cesta de ativos, onde fará uma aposta de crescimento de determinado derivativo que terá um teto de rentabilidade (acordado previamente pela instituição financeira) para o investidor. Por exemplo: o Banco X emite um COE indexado às ações do McDonalds com o qual você terá um limite de rentabilidade de 25%, ou seja, se ações do McDonalds, em 4 anos, subirem 55%, você só ganhará 25%, e o banco irá ganhar o restante. Se ficarem em 10% de crescimento, você ganha os mesmos 10% e o banco nada, contudo a depender do tipo do COE, se cair você poderá perder tudo.
Os COEs têm duas classificações, COE de capital garantindo e de capital em risco. Para os dois, a regra do limite de rentabilidade ao investidor existe, porém caso o COE seja um produto de capital garantido, se as ações da empresa em 4 anos caírem e você tiver aplicado R$ 100.000, o banco irá devolver este valor (sem correção de inflação) ao término do vencimento do produto.
Agora, se ele tiver capital em risco, você nunca verá estes R$ 100.000 de volta, mas você não perderá mais que isso, porém os bancos/corretoras normalmente anunciam os produtos sem proteção com o teto de rendimento maior.
É importante ressaltar também que apesar de serem distribuídos e vendidos como produtos de renda fixa, os COEs não são assegurados pelo FGC. Além disso, não possuem liquidez, ou seja, se o vencimento do produto for em 5 anos, você não poderá mexer no valor investido até o término do vencimento. Ele não é isento de IR, e segue a mesma tabela de tributação dos produtos de renda fixa:
22,5%: investimentos com prazo de até 180 dias;
20%: investimentos com prazo de 181 dias até 360 dias;
17,5%: investimentos com prazo de 361 dias até 720 dias;
15%: investimentos com prazo de acima de 720 dias.
Portanto, como visto, o COE pode parecer um produto atrativo. Mas, assim como todo e qualquer produto financeiro, é importante conhecer o comportamento e as características da modalidade, sobretudo quando falamos de um produto com esta complexidade. É necessário sempre fazer uma análise fria sobre qualquer investimento, e desta forma, será que investir em COE vale a pena? É adequado para o seu perfil? O spreads do banco ou da sua corretora são altos? Você precisará deste dinheiro até o término do vencimento do produto?
São perguntas necessárias a se fazer para chegar a conclusão se é o investimento viável ou não. Tenha sempre um time especializado para te assessorar. Conte com a Blackbird Investimentos para saber mais sobre este produto.
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