6 de maio de 2020

Como fica a renda fixa em meio ao cenário atual?

Por: Marina Renosto
Tempo de leitura: 3 minutos

Sabemos que os impactos da atual crise sobre os ativos de renda variável são amplamente acompanhados e divulgados, mas não podemos esquecer que a renda fixa também pode ser afetada nesses momentos.

Antes de mais nada, é preciso esclarecer que os papéis de renda fixa, apesar do nome, podem sofrer oscilações de preços e taxas diariamente até o seu vencimento, o que chamamos de marcação a mercado, e podem sim ter riscos, principalmente de crédito. A taxa contratada no momento da compra do título só é garantida no final, ou seja, em seu vencimento. No entanto, o investidor pode usar isso a seu favor, uma vez que, tal oscilação dos preços e taxas significa que estes ativos podem abrir boas janelas de oportunidade de acordo com o momento de mercado.

As recentes mudanças nos patamares de preços dos papéis nos faz enxergar uma grande oportunidade de entrada no cenário atual da renda fixa, pois os preços estão descontados e as taxas maiores, como não víamos ha muito tempo.

A movimentação do mercado nas últimas semanas fez com que os retornos oferecidos ficassem mais atrativos, mesmo com a Selic a 3% ao ano. Lembrando que existe a possibilidade de estar exposto não só a juros pós fixados, que são os indexados à taxa Selic, mas também ativos indexados à inflação e até mesmo juros pré-fixados.

Contudo, um ponto relevante, principalmente neste momento, é que certamente é preciso ficar atento ao risco de crédito de cada um dos emissores, para que seus investimentos não resultem em perdas, o chamado “default”, ou seja, o emissor deixar de cumprir com as suas obrigações e não honrar suas dívidas, levando a perda do recurso.

No caso de bancos, apesar da proteção do FGC de até R$ 250.000,00, deve-se dar preferência na escolha de instituições lucrativas e que tenham basiléia confortável. Em crédito privado, existem setores que são pouco impactados pelo coronavírus e que apresentam taxas atrativas e até isentas de imposto de renda para pessoa física. Por fim, o Tesouro Direto é a alternativa mais segura com relação ao risco de crédito do emissor, uma vez que é o governo.

Ou seja, as oportunidades em momentos de crise também existem na renda fixa. Nós aqui na Blackbird estamos sempre atentos aos movimentos de mercado e como aproveitá-los de maneira prudente.