18 de julho de 2018

Por que a caderneta de poupança sempre será a pior opção?

Tempo de leitura: 5 minutos.

Por Gustavo Velez

Criada em 1861, juntamente com a caixa econômica, a caderneta de poupança foi um instrumento utilizado pelo imperador Dom Pedro II com a finalidade atender as camadas mais pobres do Brasil Imperial. “Tem por fim receber […] as pequenas economias das classes menos abastadas”, disse o imperador em decreto. Já naquela época, eram pagos 6% ao ano em rendimentos, se configurando como o melhor veículo de acumulação de capital ao longo da formação brasileira.

Como padrão em uma operação de crédito bancário, o banco obtém recursos dos agentes superavitários (doadores de recursos) por meio da poupança, e empresta para os agentes deficitários (tomadores de recursos), acrescido de uma taxa de juros. No final, parte deste juros recebido pelo banco é distribuído para os investidores como forma de remuneração, juntamente com o capital inicial investido.

No caso da poupança, os recursos captados são destinados ao crédito imobiliário, que por ordem do governo federal, é limitado a juros de 12% a.a. Com este baixo juros cobrados aos tomadores de crédito, menos remuneração é destinado aos investidores, diminuindo a escala de rentabilidade, sendo esta uma das explicações para o baixo rendimento da poupança.

De forma padronizada, a poupança rende 0,5% ao mês mais a TR, sendo a TR correlacionada a taxa Selic. Nos últimos anos, conforme o Brasil foi adotando uma política monetária expansionista, a taxa Selic ficou cada vez mais baixa. Neste cenário, o governo notou que a poupança poderia ser mais rentável que um investimento do Tesouro Nacional, e como forma de evitar esta concorrência com os bancos, o governo decretou que quando a taxa de juros estiver abaixo de 8,5%, a poupança renderá não mais 0,5% + TR, e sim, 70% da taxa Selic.

Esta mudança, não só afetou a rentabilidade da aplicação, como fez com que ela se tornasse o investimento menos rentável dentre os disponíveis no mercado de renda fixa. Em qualquer dos cenários, ela nunca renderá acima da taxa de juros, e nem mesmo sua acessibilidade, isenção de IR e alta liquidez valeriam a pena perante as outras opções. Todos esses benefícios também são apresentados pelo Tesouro Selic por exemplo, e com uma rentabilidade mais alta, além de todas as outras opções no mercado de renda fixa disponíveis nas instituições financeiras.

Por mais que seja a menos rentável, o investimento em poupança é um dos mais popularizados entre os brasileiros, mostrando a falta de educação financeira presente em nosso povo, e da precária consultoria financeira prestadas pelas instituições financeiras. Conte com uma boa assessoria de investimentos para a escolha e análise de seus ativos.

 

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