18 de junho de 2020
O que é Private Equity?
Por: Marina Renosto
Tempo de leitura: 3 minutos
O conceito base de Private Equity é de investimento em companhias que tenham capital fechado, ou seja, não estão listadas na bolsa de valores, e que tenham alto potencial de crescimento. O principal objetivo é promover uma expansão do negócio, para depois vende-lo a um valor de mercado maior. Geralmente é realizado através de fundos de investimento com este fim.
Mas como isso funciona na prática? Primeiro existe a pesquisa de várias empresas que possam apresentar este potencial de crescimento elevado. Diversas variáveis são analisadas nesta etapa, a fim entender quais são as companhias onde é possível gerar valor. Cada fundo define quais são os perfis das empresas a serem investidas, podendo ter foco em apenas um setor ou buscar a diversificação entre diferentes temas. Geralmente são escolhidos de 6 a 10 investimentos por fundo.
A partir daí, o gestor de Private Equity pode negociar a compra de participação ou de controle da empresa com capital fechado. Essas duas modalidades de compra são fundamentais, pois o gestor pode escolher ter controle como um todo sobre a companhia, ou apenas comprar uma participação, mas que ainda assim tenha voz ativa e relevante nas decisões da empresa. A cada compra de empresa, é realizada a chamada de capital dos investidores do fundo.
Uma vez que o fundo de Private Equity tem participação ou controle da empresa, é possível implementar diversas mudanças dentro da companhia para impulsionar o seu crescimento, uma vez que a gestão do fundo passa a agregar expertise administrativa, podendo auxiliar no relacionamento com bancos, melhorar os custos de fornecedores, ampliar a base de clientes, etc. O que não acontece quando compramos empresas listadas em bolsa, onde dificilmente teremos uma voz ativa dentro destas empresas.
Todo o investimento em Private Equity tem prazo de validade, geralmente, os fundos investem durante alguns anos nas empresas, em média de 5 a 8 anos, e aí começam o processo de desinvestimento, que nada mais é que a venda da empresa. O gestor pode executar esta fase de diversas formas. Uma delas é o IPO, onde a empresa passa a ser negociada em bolsa, mas também é possível através de fusão e aquisição ou ainda existe a possibilidade vendê-la para outro fundo de Private Equity que tenha interesse em dar continuidade a processo de desenvolvimento. Após liquidados, o capital é devolvido para cada um dos investidores de acordo com a porcentagem de cada um dentro do fundo.
Geralmente, os retornos advindos de investimentos em Private Equity são superiores em relação aos retornos dos investimentos na bolsa, uma vez que são menos líquidos e mais arriscados. Quando analisamos os retornos médios históricos das duas classes de investimentos, vemos que nos Estados Unidos, investimentos em Private Equity tiveram retornos 58% maiores em relação ao retorno do S&P 500 nos últimos anos. Quando olhamos para países asiáticos, esses retornos são ainda superiores, 181% acima dos retornos do MSCI EAFE (índice que mede o desempenho de ações na Europa, Ásia e Oceania).
Por fim, gostaria de citar algumas empresas que passaram por investimento de Private Equity são: Bio Ritmo, Madero, Tok&Stok, Universidade Cruzeir do Sul, Estapar, Rede D’Or, Walmart. Alguns deles resultaram em IPOs de sucesso, como é o caso da XP Inc, Centauro, BR Malls, Qualicorp, e B2W. Vemos que muitas das empresas se destacam em seus setores hoje em dia, com certeza, os investimentos de Private Equity nestas companhias lá atrás tiveram papel fundamental no desenvolvimento e crescimento relevante das mesmas.
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