21 de outubro de 2019

Wrap Up Semanal

Brasil

Investimentos Privados e Desaceleração Global são os maiores riscos para o PIB de 2020

Economistas do Itaú e do Bradesco anunciaram esta semana o que acreditam que serão os maiores riscos para o crescimento do PIB brasileiro no próximo ano.

Entre eles, o gasto excessivo do governo e a diminuição nas exportações serão fatores decisivos, principalmente devido à desaceleração global e a crise argentina.

Por outro lado, o afrouxamento para conseguir crédito e a liberação do FGTS serão impactos positivos, mas ainda limitados pelo desemprego.

No cenário atual, como os investimentos públicos ainda não foram retomados, é esperado que a dependência do setor privado continue, e neste ponto estaria o maior risco: o setor privado também diminui seus investimentos em 30% durante a recessão, e seguem 25% abaixo do pico anterior.

No contexto de riscos globais, os economistas estimam um crescimento de 3%, abaixo das estimativas do FMI de 3,4%, devido à desaceleração da economia européia e americana. Segundo a teoria, a cada ponto percentual de desaceleração da economia global, uma desaceleração de igual magnitude ocorre no Brasil, além da constante desvalorização do real.

Orçamento de universidades bloqueados pelo MEC será 100% liberado

O bloqueio de R$ 2,4 bilhões reservados para as despesas discricionárias de universidades e institutos federais, anunciado em abril e que havia sofrido uma forte onda de protestos, será quase inteiramente liberado. O valor, que representa 30% das despesas mencionadas, foi liberado parte em setembro, e parte gradualmente até hoje.

Com a liberação anunciada esta semana, de R$ 1,1 bilhão, o MEC afirmou também que não haverão gastos extras, o montante será apenas realocado dentro da pasta de recursos atual. Com eles, todas as despesas discricionárias destas instituições serão cobertas.

Filhos de Bolsonaro devem ser retirados dos diretórios do partido PSL

O partido PSL foi cenário de uma “guerra civil” nos últimos dias, entre o presidente da república Bolsonaro e o presidente nacional Luciano Bivar. Bivar convocou uma convenção extraordinária para retirada dos filhos de Bolsonaro dos diretórios de SP e RJ.

A ação é apoiada pelos “bivaristas”, que querem a retirada de todos os apoiadores do presidente da república do partido. Joice Hasselman foi retirada do cargo de líder do PSL no Congresso e deve assumir uma vaga fixa na Executiva juntamente com Major Olímpio, que vem travando batalhas públicas com os filhos de Bolsonaro.

Para fortalecer seu comando sobre o partido, Bivar registrou um novo estatuto no TSE, aumentando o tamanho do diretório nacional. Sob a mira da PF no esquema de desvio de dinheiro públicos, Bivar e seus apoiadores não querem sair do partido e perder os recursos milionários do fundo partidário. O objetivo é punir todos os bolsonaristas do partido e até expulsá-los.

Como primeiras medidas, conseguiram impedir que Eduardo Bolsonaro se tornasse líder do PSL na Câmara e fizeram com que o presidente desistisse da indicação do filho para embaixada do Brasil nos EUA.

Internacional

China tem crescimento abaixo do esperado

Os resultados do terceiro trimestre chinês representam ritmo mais fraco em 30 anos. O PIB do país fechou em 6%, contrariando as expectativas da Reuters, de 6,1%, porém dentro da meta estabelecida por Pequim para 2019, que cria uma margem de crescimento do PIB entre 6% e 6,5%.

Se comparado com 2018, o resultado Chinês indica uma contração na segunda maior potência mundial. Além da contração do PIB de 0,6 pontos percentuais em relação ao ano passado, as bolsas chinesas seguem um período forte de baixa. Na última sexta feira, o índice Chinês CSI300 fechou o pregão com queda de 1,42%. Por outro lado, a produção industrial da China vem superando expectativas, obtendo alta de 5,8%.

Mesmo após novo acordo, Boris Johnson precisará adiar o Brexit

O premiê Britânico, Boris Johnson, finalmente progrediu quanto as negociações sobre o regulamento da ilha da Irlanda acerca do Brexit. Em uma reunião em Bruxelas, o primeiro ministro e a União Europeia concordaram em criar uma barreira alfandegária entre a ilha da Irlanda e os demais países da Grã-Bretanha. A medida impede impasses que possam ocorrer entre a exportação ou importação de produtos vindos da ilha, que é dividida entre Irlanda do Norte (parte da Inglaterra) e Irlanda (um país independente que se manterá na União Europeia).

Porém, apesar do fim das negociações, o Brexit provavelmente ainda será adiado. O parlamento britânico votou neste sábado uma decisão que impede que a saída do bloco econômico fosse permitida sem que o novo acordo esteja totalmente legalizado. Isso impede que Boris Johnson prossiga com o Brexit no final de outubro. O premiê fez um pedido de adiamento para janeiro de 2020, porém no requerimento não deu sua assinatura.

Principais índices financeiros


Bolsa

Apesar de fechar em queda na última sexta-feira, aos 104.728,89 pontos, o índice Ibovespa acumulou alta na semana (+0,86%).

A semana começou com a expectativa cada vez maior para o corte de juros pelo COPOM, o que animou os investidores. Porém, no decorrer da mesma, a crise no PSL e a divulgação dos dados de crescimento da China como sendo o menor em 27 anos, contribuíram para a queda do índice.

Entre as maiores altas está a Eletrobrás (ELET3; ELET6), com o andamento no processo de privatização da companhia. A ideia é que a privatização seja realizada por capitalização, de forma que o capital da empresa aumente e dilua a participação societária do governo. O projeto de privatização deve ser enviado ao Congresso Nacional até o início do próximo mês.

Outras altas relevantes na semana foram a Eztec (EZTC3), a Telebrás (TELB3) e o Banco Pan (BPAN4)

Em contrapartida, a Rumo (RAIL3) é um dos destaques negativos da semana. Os papéis caíram após a divulgação dos dados da empresa em setembro, que estão abaixo das expectativas do mercado. O volume transportado diminuiu 1,3% em comparação com o ano passado. No entanto, no acumulado do terceiro trimestre, os dados mostraram alta de 7,7%. Também estão entre as maiores quedas: Tegma (TGMA3), Unip (UNIP5) e Banco Mercantil (BMEB4).

Dólar

O dólar encerrou a semana cotado a R$ 4,12, registrando alta de 0,58% em comparação a cotação da semana passada.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se pronunciou na sexta-feira, defendendo a tese de que o dólar pode vir a desvalorizar com o fluxo de novos recursos para a economia que as concessões e privatizações podem trazer.

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